terça-feira, 4 de maio de 2010

living

As vezes certas coisas me abalam,

As vezes não.

Ultimamente sim tem me abalado,

Não sei ao certo o que é, como é, apenas sinto.

Ora escrevo, ora nem mesmo quero pensar.

Parece um distanciar de mim mesmo, uma solidão,

Como se o corpo sentisse a alma longe longe, que

Implodisse, e ficasse ainda mais fechada, num micro universo

Dela, só dela, onde nem mesmo eu possa ir.

ㅤㅤ

As vezes penso que falo muita merda, as vezes

Penso que falo de mais.

As vezes nem penso.

ㅤㅤ

Não sei se gosto, se realmente gosto;

Se apenas desejo, ou se nem quero.

Se é orgulho, sentimento ou emoção.

Se vou ter gloria, amor ou se seria apenas mais uma perdição.

ㅤㅤ

Ligar ou nem ouvir as palavras,

se sinto que são da boca pra fora.

ㅤㅤ

Batem a porta em minha face,

Tocam minha campainha numa outra oportunidade,

Porque ainda abro?

ㅤㅤ

Talvez se mudar seria uma boa opção,

Sim sim fugir mesmo, e quem não foge?

Fugir disso tudo, de tantos rostos, tantas facetas

Tantos amores,

Dores

Pesares

Dos braços, abraços, beijos e caricias.

De todas risadas, piadas e sacanagens.

Das de mal gosto, e das boas

De se gozar, e gozar denovo, rindo de tudo isso.

ㅤㅤ

Ir em busca de novos ares, mares e marés...

Deixando para trás, todos aqueles sutiãs alheios

Que talvez um dia, eu guardaria

Num armário qualquer, ainda cheirando

A lindos seios, par de seios, dos tais peitos abertos

Que toquei...